O livro “A Tirania do Mérito” de Michael J. Sandel explora criticamente a ideia de meritocracia e como ela influencia a sociedade contemporânea, incluindo os aspectos negativos que emergem dessa abordagem e como ela pode estar ligada a eventos políticos significativos. O autor destaca como o conceito de meritocracia, que enfatiza a recompensa com base no mérito individual, pode criar divisões sociais, ressentimento e desigualdades. Ele argumenta que a meritocracia tende a criar uma sensação de superioridade entre os bem-sucedidos e de inadequação entre os menos favorecidos, o que pode corroer a coesão social e minar a democracia.
Sandel propõe que uma abordagem mais saudável seria repensar o próprio conceito de sucesso e reconhecer diferentes formas de habilidades e contribuições que não são exclusivamente ligadas a diplomas universitários ou carreiras de prestígio. Ele sugere que a educação e o sucesso não devem ser definidos apenas pela obtenção de diplomas acadêmicos, mas também pela capacidade de ser um cidadão informado e moralmente reflexivo.
Além disso, Sandel defende a valorização de outras formas de educação e treinamento profissional, não apenas aquelas oferecidas pelas universidades tradicionais. Ele sugere que a educação cívica e a capacidade de participar efetivamente na sociedade não estão limitadas às instituições universitárias, mas podem ser cultivadas em uma variedade de contextos educacionais.
A mudança de perspectiva proposta por Sandel também envolve um esforço para redefinir o valor das diferentes contribuições para a sociedade, não apenas aquelas avaliadas pelo mercado ou pela posição social. Isso poderia ajudar a diminuir a distância entre os bem-sucedidos e os menos favorecidos, bem como a promover um senso mais saudável de comunidade e responsabilidade compartilhada.
Vale a pena notar que a abordagem de Sandel estimula a reflexão sobre como equilibrar o reconhecimento do mérito individual com a promoção de uma sociedade mais justa, inclusiva e coesa.
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