Estive lendo e participando da conversação na sbc-l sobre os MOOCs. Sempre, mesmo atuando em EAD e com boa produção na área, tive restrições sobre esta nova onda que supervaloriza a tecnologia. As minhas restrições são dirigidas a ideia, amplamente difundida, que a utilização de tecnologia é a solução para todos os problemas do ensino. Estas posições são fontes de contravalores criados pela radical racionalidade do que é tido como “ciência e tecnologia”. Ciência e tecnologia podem ser importantes como ferramentas para apoiar modelos pedagógicos, mas nunca a salvação do ensino. Do lado negativo do culto à tecnologia há uma visão de que ela seja a solução para os problemas de difusão do conhecimento e mesmo de geração do conhecimento. Precisamos ter consciência de que a tecnologia é apenas uma ferramenta e se não construirmos valores humanos e éticos estas novas tecnologias não trarão uma ruptura positiva na Educação, mas uma baixa na qualidade da comunicação, do estudo e do comportamento social. Não é possível substituir a Universidade, como fonte de estudo, pensamento filosófico, crítica de valores sociais e humanismo, por ferramentas computacionais.Um assunto preocupante hoje é a falta de perspectiva ética e análise da responsabilidade social no desenvolvimento de tecnologias. O debate sobre os MOOCs é um exemplo, há um deslumbramento sobre esta tecnologia sem o devido estudo das repercussões sobre o ensino e a formação. Apresentei recentemeente, no Instituto Humanitas da UNISINOS, uma palestra sobre o tema “Sociedade tecnocientífica e os desafios éticos”. A apresentação está disponível em: Tecnologia, Cultura e Humanismo.