Com a liberação de um QUALIS, que não passou evidentemente por um rigoroso controle de qualidade, a comunidade acadêmica está sofrendo mais um ataque sobre a verdadeira avaliação de qualidade. Dizer que o QUALIS só deve ser utilizado para classificar ou avaliar programas é uma “história para inglês ver“. Se o programa é composto por professores e pesquisadores a avaliação do programa será uma agregação das avaliações destes; usando a transitividade de programa para pesquisador fica demonstrado que será utilizado para avaliar os professores, CQD.
Olhem a definição a seguir do Dicionário Michaelis:
julgar
jul.gar
(lat judicare) vtd 1 Decidir, resolver como juiz ou como árbitro, lavrar ou pronunciar sentenças: Julgar um processo. vtd e vint 2 Pronunciar uma sentença: O tribunal julgará os delinquentes. “…julga de oitiva, fulmina por palpites” (Rui Barbosa). vtd 3 Apreciar, avaliar, formar juízo a respeito de: “Não julgue o que não sabe” (Pe. Manuel Bernardes). “Não julgues a minha obra pelo que vês” (Coelho Neto). vti 4 Formar juízo crítico acerca de; avaliar: “Um remendão julga dos poemas de Homero” (Rui Barbosa). vti 5 Formar conceito sobre alguém ou alguma coisa: Julgava das obras de arte como quem julga das bebidas. Não julgue de ninguém por nenhum motivo. vpr 6 Apreciar os próprios pensamentos, palavras e obras: Você se julga com muita severidade. vtd 7 Entender, imaginar, supor: Julguei que o tivesse guardado. vtd e vpr 8 Considerar(-se), entender(-se), reputar(-se), ter(-se) por: Julgou injusta a sentença. Julga-se o mais aplicado da classe.
Um algoritmo, como o h-index, não pode substituir o JULGAMENTO. Julgamento é avaliação, interpretação, formação de conceito. Estes indicadores como h-index, número de fatias em que um projeto foi dividido para publicações etc. são APENAS indicadores. .
Uma frase de mensagem sobre o assunto diz tudo: “Alguns anos atrás, foi feita uma lista de periódicos na Comissão de Métodos Formais e os mesmos foram classificados. Não foi difícil convergir, estava relativamente claro para os pesquisadores quais periódicos deveriam estar em cada classe”.
O que falta é coragem dos burocratas brasilienses de julgar a qualidade, então buscam indicadores numéricos, que apesar de interessantes são apenas variáveis. Uma variável sem interpretação não diz nada. Uma formula representa a subjetividade da pessoa que a fez, ou dos que a fizeram. Ou seja, ficamos à mercê da subjetividade de um grupo sem o consenso da comunidade.
Esta frase que circulou em uma lista caracteriza bem o problema: “Por exemplo, na faixa A1 há 4 periódicos de Informática Médica e NENHUM de Informática Teórica”, algo está completamente errado!
A carta-resposta da CAPES é de uma pobreza e nos deixa desolados com a falta de profundidade, é uma resposta de burocratas que não analisam o mérito.
Para uma profunda meditação e ações,
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