Um Encontro com os Grandes Desafios de Educação

postado em: Avaliação, Comportamento, Ensino | 0

No fim de novembro de 2024, entre uma brisa de primavera paulistana e o barulho incessante das avenidas, um grupo heterogêneo reuniu-se em São Paulo com um propósito ambicioso: repensar a Educação em Computação no Brasil. Era o I Seminário dos Grandes Desafios da Educação em Computação, promovido pela Sociedade Brasileira de Computação e tive o privilégio de estar entre aqueles que acreditam que pensar a educação é, em essência, pensar o país (assista ⇒ GDE_2025).

O seminário não foi somente mais um evento acadêmico; foi uma espécie de chamado à responsabilidade coletiva. Cientistas, professores, representantes da indústria, formuladores de políticas públicas — todos imbuídos da certeza de que formar bem os profissionais de computação não é somente uma questão técnica, mas estratégica. Ali, entre apresentações, diálogos e divergências frutíferas, discutimos os rumos da formação em Computação para a próxima década, buscando respostas para perguntas complexas: que tipo de profissional precisamos? Como formar esse sujeito capaz de responder a problemas que ainda nem conhecemos?

A participação nesse debate foi, para mim, mais que uma oportunidade — foi um compromisso renovado com a educação e com a transformação social. Em minha trajetória como professor titular, insisto que pensar a educação em Computação exige mais do que currículos bem estruturados: requer visão. Requer compreender que os desafios de um país desigual, continental e dinâmico como o Brasil não serão vencidos sem inovação, sem inclusão, sem um pacto nacional pela qualificação do ensino em tecnologia.

Durante as discussões, identificamos desafios concretos que o Brasil precisa enfrentar entre 2025 e 2035. Falamos de políticas públicas, de acesso equitativo, da formação docente, da necessária aproximação entre universidade e indústria, mas sobretudo falamos de futuro. Um futuro que não se constrói com fórmulas prontas, mas com inteligência coletiva, coragem institucional e persistência.

Inspirado pelos Grandes Desafios da Computação — iniciativa que há anos já orienta a pesquisa na área —, o evento elevou a Educação ao centro da estratégia nacional de desenvolvimento. Afinal, sem uma base sólida de formação, não há inovação tecnológica duradoura. Sem equidade educacional, a inclusão digital será somente retórica. Sem professores bem preparados, os algoritmos mais sofisticados servirão somente a poucos.

Ao final do seminário, saí com a convicção reforçada de que a Educação em Computação pode, sim, ser um vetor de transformação. Mas isso exige trabalho articulado, investimento contínuo e, sobretudo, o compromisso daqueles que, como eu, veem na docência não somente uma profissão, mas uma missão. Participar dos Grandes Desafios em Computação da SBC é, para mim, um testemunho disso: acreditar que a educação transforma, porque transforma pessoas — e são as pessoas que transformam o mundo.


Leia o Resumo Executivo dos Grandes Desafios da Educação em Computação 2025-2035
publicado na SBCOpenLib

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