“A emoção e a regra, do grande do sociólogo do trabalho Domenico De Masi, analisa as estratégias e as formas organizacionais que tornaram possíveis treze experiências extraordinárias de idealização coletiva, mostrando como esses grupos conseguiram conciliar aspectos aparentemente dispares, sem abrir mão da eficiência. A criatividade é o maior capital dos países ricos. Eles vivem, literalmente, de ter idéias. Os Estados Unidos são a primeira potência do mundo não só porque detêm a maior força militar do planeta, mas porque geram todos os anos mais patentes industriais e direitos autorais do que o Japão e a Europa juntos. Há pouco tempo, a revista americana Time publicou uma reportagem de capa sobre a chamada inteligência emocional – aquela qualidade desprezada no tempo em que a razão era associada à produção em série, à sincronização de movimentos, à hierarquização e compartimentalização de funções. Muito antes, Domenico De Masi, professor de sociologia do trabalho na Universidade de Roma, consultor de grandes corporações como a IBM, a Glaxo e a Fiat, e elegante teórico da criatividade e do tempo livre na era pós-industrial, já demonstrava, em A emoção e a regra, que a criatividade é, no mundo da produção, a filha dileta de um equilíbrio delicado entre razão e emoção, entre fantasia e senso prático. Poucas pessoas conjugam em si, como fazia Michelangelo, racionalidade, fantasia, capacidade de concretização e emotividade fecunda. No passado, a genialidade de alguns poucos era capaz de condicionar movimentos históricos, como o Renascimento. Hoje, são equipes preparadas e motivadas que determinam a sorte dos empreendimentos mais notáveis”. Amazon
Uma grande preocupação atual é o futuro de nossa pesquisa, limitação de financiamento, falta de empenho de estudantes e, principalmente, a burocracia e o engessamento das instituições. A falta de liberdade de pessoas carismáticas e empreendedoras está matando a possibilidade de termos universidades realmente de qualidade internacional. Neste livro do Domenico De Masi gosto muito do capítulo “Um congresso permanente: Anton Dohrn e a Estação Zoológica de Nápoles” onde um empreendedor conseguiu recursos e manteve o funcionamento deste incrível Instituto por décadas. Sem bur(r)rocracia governamental esta instituição teve entre seus pesquisadores 14 prêmios Nobel! No Brasil não temos nenhum… Sugiro fortemente esta leitura, talvez você encontrará suficiente informação para tentar se revoltar contra o ambiente acadêmico em que vivemos onde o grande mérito de um professor (e pesquisador) é ter um bom h-index e um QUALIS recheado. Está mais do que na hora da comunidade de pesquisa no Brasil assumir a necessidade de voltar back to basic, isto é, de valorizar a qualidade intrínseca da pesquisa e não a sua superestrutura visual de publicações.
Não era uma fábrica (como hoje são todas as instituições
acadêmicas). Era uma forja porque a ciência ali crescia
sozinha, ou melhor que em qualquer outro lugar, como
crescem as flores em uma estufa bem cuidada…
de uma carta de PIetro Dohrn
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