Atualizado em 27/setembro/2016
O grupo inicial da Informática foi criado junto ao CPD e era formado, majoritariamente, por estagiários recrutados dentre os estudantes da UFRGS que se destacaram nos cursos de treinamento oferecido pela Cia. IBM. Após, foi iniciado um programa de qualificação pelo envio de estagiários recém graduados para realizar o mestrado na PUC e na UFRJ, no Rio de Janeiro. Ao retornarem, reuniram-se ao grupo de hardware que atuava em instrumentação eletrônica no Instituto de Física, criando em 1972 o Curso de Pós-Graduação em Ciência da Computação (CPGCC) formando o grupo inicial de professores. O espectro das áreas de trabalho era bastante amplo, abrangendo hardware e software. A primeira turma da pós-graduação em computação iniciou seus estudos em 1973. A partir de 1975 foram formados os primeiros mestres desta primeira turma, muitos dos formandos eram professores de computação na UFRGS.
Fisicamente o CPGCC localizou-se nas antigas instalações do CPD, térreo da Escola de Engenharia da UFRGS, que ficaram disponíveis com a transferência do IBM 1130 e dos analistas e programadores para a nova sede no Campus Médico. Na mesma época, 1972, foi comprado um computador de grande porte, o Burroughs B 6700 (Fig. 1), com 1 M de memória e processador de 1 MHz instalado no novo prédio do CPD. Este computador foi elemento essencial no desenvolvimento do curso de pós-graduação devido a sua grande capacidade de processamento aliada à possibilidade de acesso aos programas fonte, tanto do sistema operacional MCP quanto dos compiladores e demais programas do fabricante. De noite o espetáculo na sala do sistema era impressionante com centenas de mini-lâmpadas piscando (imaginem a manutenção!) Os registradores eram mapeados para um painel mostrando os valores “0” ou “1” dos bits acionados. Haviam, também, sensores do posicionamento das fitas e a leitura óptica dos cartões era realizada com luz visível.
Fig. 1 – O B 6700 a noite
Em 1972 a Divisão de Computação do CPD foi transferida para ao Campus Médico, no espaço liberado foram instaladas a Biblioteca (Fig. 2) e as salas dos professores e alunos em tempo integral (Fig. 4).
Fig. 2 – O acervo inicial e a mesa de leitura da biblioteca do CPGCC (1973)
Em 1973/74 falta espaço para sua organização e o acervo é anexado ao da biblioteca da Escola de Engenharia. Quando volta para a Divisão Acadêmica do CPD, no térreo, ocupa a sala do computador, que havia sido transferido para o atual prédio do CPD na rua Ramiro Barcelos. No antigo espaço ocupado antes pelo CPD ficou instalada a Divisão Acadêmica do CPD, que correspondia a um Departamento de Computação. Havia apenas uma mesa de leitura para os professores e alunos (Fig. 2 à esquerda). O acervo: uma coleção inteira de livros e manuais para atender as necessidades de informação de alunos dos cursos de Pós- Graduação – PG – em Ciência da Computação – coordenado pelo Profº Daltro Nunes – de Formação de Tecnólogos em Processamento de Dados, projeto 15 – coordenado pela profª Magda Bercht –, de graduação que cursavam disciplinas de processamento de dados e dos técnicos da Divisão de Computação do CPD. O acervo bibliográfico, disponível na época, estava armazenado nas duas estantes e no armário que aparecem na foto Fig. 2 à direita, e naquele época não havia Internet! Complementarmente, existia a possibilidade de trabalhar com os manuais de software da Burroughs e da IBM, disponíveis no CPD. Eram tempos heróicos, para muitos estudos de compiladores era necessário analisar o código fonte dos compiladores do B 6700. O nome: Biblioteca do CPD/PGCC.
Visando acomodar seu crescente acervo e serviços, numa época prédigitalização de documentos, em 1978 a Biblioteca transfere-se novamente. Agora para o térreo do Instituto de Eletrotécnica. Em 1989 passa a denominar-se Biblioteca do Instituto de Informática. Em 1991 o acervo é transferido para o Campus do Vale e instalado, provisoriamente, em 3 salas do prédio da administração do Instituto.A mudança para sua área atual ocorre em 1996, Fig. 3.
Fig. 3 – Biblioteca atual (2012)
Fig. 4 – Professores Daltro J. Nunes, ao fundo, e José M. V. de Castilho
Fig. 5 – Sala de digitação (térreo do atual prédio da Engenharia Elétrica)
Os programas eram digitados e perfurados em cartões, sendo estes enviados ao CPD para serem lidos e processados pelo IBM-1130 ou pelo B-6700. Nas laterais da sala (Fig. 5) podem ser vistas as perfuradoras de cartões, no centro há uma mesa para a verificação e montagem dos lotes (batches) de cartões. A seguir um exemplo de cartão perfurado.
Com a consolidação do programa começamos a discutir e a participar de órgão colegiados e a debater a evolução da PG em Computação no Brasil.